sexta-feira, 24 de julho de 2009

NA PORTA DO CU DO DONO

(De Maciel Melo e Zé Marcolino)

Essa rola antigamente
Vivia caçando briga,
Furando pé de barriga
Doidinha pra fazer gente,
Mas hoje tá diferente,
No mais profundo abandono,
Dormindo um eterno sono,
Não quer mais saber de nada,
Com a cabeça encostada
Na porta do cu do dono.

Já fez muita estripulia,
Cavou buraco de cu,
Mais parecia um tatu,
Fuçava tudo o que via.
Reinava na putaria,
O priquito era seu trono,
Trepava sem sentir sono
E sem precisar de escada,
Mas hoje vive enfadada
Na porta do cu do dono.

Nunca mais desvirginou
Uma mata vaginosa,
Há muito tempo não goza,
Noite de gala passou.
Vive cheia de pudor,
Sonolenta e sem abono,
Faz da ceroula um quimono,
E da cueca uma estufa,
Vive hoje a cheirar bufa
Na porta do cu do dono.

* * *

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